Sr Director (Público):
O governo PS já leva mais de 100 dias em funções, e há um aspecto a que nos vai habituando (para não falar noutros): a inabilidade para “estar” com os media, proporcionando bastantes cenas caricatas, dando a imagem de um governo pataqueiro e deixando antegozar as broncas e gafes que se seguirão.
Naturalmente que isto não se aplicará aos políticos veteranos como Jaime Gama, que as gafes de Guterres serão sempre esbatidas e emendadas pela habilidade verbal (e pedalada política). É certo, por outro lado, que já houve uma vassourada valente que evitou mais e maiores broncas do secretário-de-estado-dos-reembolsos-das-portagens. Temos, contudo, muito a esperar do ministro Bessa (não volta aos Palops tão cedo...) e da sua coesa equipa, com o comissário político Manuel dos Santos [1] e o epistolar Ismael na dobra.
Da elegantíssima ministra da qualificação (o nome do ministério escapa-me completamente...) também há imenso a esperar já que mais não seja a consolidação do desemprego (passará de conjuntural a estrutural, suponho) e, para não me alongar na lista, há que estar atento ao desempenho do secretário de estado (das Obras Públicas, creio) que acorreu prontamente ao local do acidente na vala da nova ponte para ver por si próprio o que se passara.
O inexperiente senhor não percebeu que não tinha que resolver nada no local (muito menos que prometer), e foi acometido por uma vontade louca de falar, de ajudar (tão bonzinho!!), de dizer o que se iria fazer, o que iria proibir, quem iria realojar, quem iria ser realojado, que Loures ia dar tantas casas, etc, etc.
Assistiu-se, depois, ao saborosíssimo episódio de Demétrio Alves a desmentir o membro do governo, a Lusoponte dizer que o dito estava errado, o Gattel a justificar a gafe com uma interpretação deficiente do incontinente (verbal) secretário de estado, enfim: um gozo!
É bom que os membros do governo sem traquejo, não esqueçam que as decisões não têm que ser tomadas na rua, em cima do joelho: no local da ocorrência, “está-se”, ouvem-se as pessoas, e fala-se pouco (a presença do membro do governo já diz muito).
Acima de tudo nunca esquecer que “quem muito fala, pouco acerta”. Neste campo, podemos considerar o governo PS um caso precoce de sucesso!
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NOTA:
[1] Não é preciso ser muito observador, para ver que alguns dos ministros independentes são “compensados” por secretários de estado “políticos” (Economia, Ambiente, etc).
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