Sr Director (PÚBLICO):
Fui hoje surpreendido por uma notícia que me deveria ter tranquilizado, mas que, não só não tranquilizou, como me deixou bastante desconfiado. O sr Ministro da Agricultura veio a terreiro garantir que o consumo de bovino nacional é perfeitamente seguro. Os animais não sofreram contágio, só comeram forragem (nacional, suponho), tudo está perfeitamente controlado.
Não me tranquilizou nada, porque nestes casos, o habitual é o governo dizer n’importe quoi para evitar alarmes desnecessários e intranquilidade nos cidadãos, potenciadores de perturbações da ordem pública. No caso vertente, há ainda que evitar alterações bruscas no consumo de carnes e outros produtos afins, importados ou de produção nacional, com as consequentes distorções do mercado (ele próprio uma vaca sagrada) com reflexos imprevisíveis.
Ou seja, a bem da nação, o Ministro comeu uma mioleira belga (pelo menos, comeu-a em Bruxelas, se bem me lembro), para mostrar que não havia razão para alarme.
Uns tempos depois, afirmava que, com fundos europeus ou sem eles, o governo faria o que fosse necessário para preservar a saúde pública. Referia-se à questão dos abates de gado doente ou exposto a contágio, e as indemnizações (mas nada de alarme, claro). Entretanto, os serviços do ministério informavam que o músculo (a chicha, como se diz em Trás os Montes) não oferece perigo relevante, mas já o mesmo não se passa (afinal!) com as miudezas e mioleira.
Por este andar, quando os investigadores souberem um pouco mais sobre o assunto, é de esperar que o Ministro nos venha dizer, com a veemência que o caracteriza, e com a maior cara de pau, qualquer coisa como:
garanto que se não comerem carne de vaca, não correm qualquer perigo de contrair a doença das vacas loucas, portanto, nada de alarme!
Temos Homem! No mínimo, a man for all seasons...
Fui hoje surpreendido por uma notícia que me deveria ter tranquilizado, mas que, não só não tranquilizou, como me deixou bastante desconfiado. O sr Ministro da Agricultura veio a terreiro garantir que o consumo de bovino nacional é perfeitamente seguro. Os animais não sofreram contágio, só comeram forragem (nacional, suponho), tudo está perfeitamente controlado.
Não me tranquilizou nada, porque nestes casos, o habitual é o governo dizer n’importe quoi para evitar alarmes desnecessários e intranquilidade nos cidadãos, potenciadores de perturbações da ordem pública. No caso vertente, há ainda que evitar alterações bruscas no consumo de carnes e outros produtos afins, importados ou de produção nacional, com as consequentes distorções do mercado (ele próprio uma vaca sagrada) com reflexos imprevisíveis.
Ou seja, a bem da nação, o Ministro comeu uma mioleira belga (pelo menos, comeu-a em Bruxelas, se bem me lembro), para mostrar que não havia razão para alarme.
Uns tempos depois, afirmava que, com fundos europeus ou sem eles, o governo faria o que fosse necessário para preservar a saúde pública. Referia-se à questão dos abates de gado doente ou exposto a contágio, e as indemnizações (mas nada de alarme, claro). Entretanto, os serviços do ministério informavam que o músculo (a chicha, como se diz em Trás os Montes) não oferece perigo relevante, mas já o mesmo não se passa (afinal!) com as miudezas e mioleira.
Por este andar, quando os investigadores souberem um pouco mais sobre o assunto, é de esperar que o Ministro nos venha dizer, com a veemência que o caracteriza, e com a maior cara de pau, qualquer coisa como:
garanto que se não comerem carne de vaca, não correm qualquer perigo de contrair a doença das vacas loucas, portanto, nada de alarme!
Temos Homem! No mínimo, a man for all seasons...
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