
Para além do simples gosto pela escrita, eles são a expressão da necessidade de intervir na vida da comunidade, quase sempre frustrada. Realmente, as coisas são mesmo assim: pede-se ao cidadão que intervenha com o seu voto nas eleições, e espera-se que se mantenha passivo e ordeiro até ser chamado a votar de novo.
Entretanto, os eleitos cumprirão os seus mandatos não tendo que dar cavaco a quem os elegeu. Depois de abertas as urnas e contados os votos, prestar contas aos eleitores será uma mera figura de retórica até às eleições seguintes.
O eleitor não merece qualquer atenção, a menos que detenha (individualmente ou pelo grupo a que pertence) algum poder a ter em conta. O Governo pode mesmo ceder parte da soberania nacional sem que o eleitor seja chamado a pronunciar-se especìficamente sobre tal!
Daí que seja uma tentação irresistível usar a imprensa, ao menos os “bocadinhos” acessíveis, para dizer de minha justiça sobre assuntos que tiram o sono aos nossos governantes (ou talvez durmam melhor, precisamente para esse lado...)
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