Sr Director (PÚBLICO):
Os últimos dois dias foram muito elucidativos para conhecermos melhor (nós, simples eleitores) as pessoas que integram a cúpula do PP. Durante alguns meses, passada a euforia do relativo sucesso eleitoral, os ex-amigos e confidentes Manel e Paulo arrastaram pela praça pública os seus arrufos de prima dona, que culminaram com a demissão de Paulo da Direcção do PP.
E agora, quando parecia que, em nome do interesse nacional e do partido, tinham chegado a um modus vivendi, com Paulo à frente do Grupo Parlamentar, e Manel à frente do partido, eis que, em menos de 48 horas, sucede o seguinte:
- Paulo é eleito lider do Grupo Parlamentar, sem votos contra;
- Paulo renuncia imediatamente ao cargo para que foi eleito (com a televisão a ver...) porque não ganhou como pensava que ia ganhar, e suspende o mandato de deputado; suponho que regressa (?) a Aveiro. Os votos expressos não correspondem às declarações de intenção manifestadas (antes e depois da votação);
- Mé Mé Moura Guedes e mais quatro colegas juntam-se a Paulo para 45 dias fora do Parlamento (vão, certamente, “para o terreno”) . Depois se verá.
- O Manel renuncia à presidência do PP (com a televisão a ver, para não ficar atrás de Paulo...) e convoca um Congresso Extraordinário, no qual não se recandidatará.
Se entre os dois galarotes existem divergências de fundo (princípios, valores, ideologias), não percebo como é que estiveram em consonância tanto tempo.
Se não existem divergências de fundo, não percebo como é que não conseguem uma base de entendimento que evite ao PP esta situação ridícula e um triste destino nas próximas eleições.
Será que o que separa Manel de Paulo é a simples glória de mandar, a vã cobiça, nem que seja numa casa pequenina como é o PP?
Tudo isto é elucidativo, porque sugere aos eleitores o que será deste pobre País se alguma vez for governado por estas esbeltas prima donas, rodeadas por figurantes de segunda escolha. Nesta entourage, a Zezinha encaixa muito mal, e o Sr Engº Nuno parece um avô exasperado com as traquinices dos netos. Mas ninguém os obrigou a entrar no barco...
________
NOTAS:
Para quem não "esteja a ver", este Manel é o Manuel Monteiro, presidente do CDS nos tempos em que o Paulinho Portas era director do Indy.
É verdade, a Manela Moura Guedes chegou a ser Deputada pelo CDS, por uns tempos; e queixamo-nos nós que hoje o Parlamento esteja pelas ruas da amargura...
A Zezinha referida é a M.J. Nogueira Pinto.
O Nuno é o Abecassis; tinha sido predidente da C.M. Lisboa e era, salvo erro, Deputado por Setúbal.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comente como se estivesse num albergue espanhol: entra tudo e ninguém é excluído.