domingo, 8 de março de 2009

OPINIÃO 95-96 - As Prima Donas

Sr Director (PÚBLICO):

Os últimos dois dias foram muito elucidativos para conhecermos melhor (nós, simples eleitores) as pessoas que integram a cúpula do PP. Durante alguns meses, passada a euforia do relativo sucesso eleitoral, os ex-amigos e confidentes Manel e Paulo arrastaram pela praça pública os seus arrufos de prima dona, que culminaram com a demissão de Paulo da Direcção do PP.

E agora, quando parecia que, em nome do interesse nacional e do partido, tinham chegado a um modus vivendi, com Paulo à frente do Grupo Parlamentar, e Manel à frente do partido, eis que, em menos de 48 horas, sucede o seguinte:


  1. Paulo é eleito lider do Grupo Parlamentar, sem votos contra;
  2. Paulo renuncia imediatamente ao cargo para que foi eleito (com a televisão a ver...) porque não ganhou como pensava que ia ganhar, e suspende o mandato de deputado; suponho que regressa (?) a Aveiro. Os votos expressos não correspondem às declarações de intenção manifestadas (antes e depois da votação);
  3. Mé Mé Moura Guedes e mais quatro colegas juntam-se a Paulo para 45 dias fora do Parlamento (vão, certamente, “para o terreno”) . Depois se verá.
  4. O Manel renuncia à presidência do PP (com a televisão a ver, para não ficar atrás de Paulo...) e convoca um Congresso Extraordinário, no qual não se recandidatará.

Se entre os dois galarotes existem divergências de fundo (princípios, valores, ideologias), não percebo como é que estiveram em consonância tanto tempo.

Se não existem divergências de fundo, não percebo como é que não conseguem uma base de entendimento que evite ao PP esta situação ridícula e um triste destino nas próximas eleições.

Será que o que separa Manel de Paulo é a simples glória de mandar, a vã cobiça, nem que seja numa casa pequenina como é o PP?

Tudo isto é elucidativo, porque sugere aos eleitores o que será deste pobre País se alguma vez for governado por estas esbeltas prima donas, rodeadas por figurantes de segunda escolha. Nesta entourage, a Zezinha encaixa muito mal, e o Sr Engº Nuno parece um avô exasperado com as traquinices dos netos. Mas ninguém os obrigou a entrar no barco...

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NOTAS:

Para quem não "esteja a ver", este Manel é o Manuel Monteiro, presidente do CDS nos tempos em que o Paulinho Portas era director do Indy.

É verdade, a Manela Moura Guedes chegou a ser Deputada pelo CDS, por uns tempos; e queixamo-nos nós que hoje o Parlamento esteja pelas ruas da amargura...

A Zezinha referida é a M.J. Nogueira Pinto.

O Nuno é o Abecassis; tinha sido predidente da C.M. Lisboa e era, salvo erro, Deputado por Setúbal.

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