domingo, 10 de maio de 2009

OPINIÃO 95-96 - Palmeta II


Sr Director (Independente):

A guerra da palmeta, pelos vistos, está para lavar e durar. O Canadá não dá mostras de abandonar a legislação tonta que os seus órgãos de soberania produziram.


A soberania, entendida como o poder de fazer leis e impô-las coactivamente, está associada a um território bem definido, onde essa soberania é exercida; a sua extensão a um território além fronteiras, isto é, fora dos limites do território “base”, é um claro casus belli. Daí que a ideia do Canadá legislar para um território que não é o seu (ainda que seja uma extensão submersa da sua plataforma continental, para além do limite consensual das 200 milhas) é pura tolice, e coloca aquele país na situação incómoda de fora da lei.

Quem não conheça o Canadá e olhe para a sua grande mancha no mapa, poderá ficar com a ideia de que se trata de um grande e poderoso país em vias de reclamar para o seu “povo” o “espaço vital” que lhe falta e a que se sente com direito.


Essa ideia poderá ser reforçada pelo facto de o Canadá pertencer ao grupo dos países mais ricos, o clube exclusivo do G7, onde o presidente russo é recebido (quando convidado!) como um parente pobre que vem pedir uns favorzitos.


Afinal o que é (quem é?) o Canadá?

O Canadá, não sendo um grande país é, contudo, um país grande, com muito território. A sua área é superior a 9,9 milhões de Km2 (mais do triplo da Europa dos 15), boa parte acima do círculo polar Árctico, mas tem uma população diminuta que não atinge os 30 milhões de habitantes (12 vezes menos que a Europa dos 15).

Quanto a riqueza produzida, o Canadá tem um PIB pouco acima dos 700 mil milhões de US$ (11 vezes menos que a Europa dos 15), o que o coloca atrás da China, com o Brasil e a Espanha assomando de perto. Talvez esteja mesmo atrás da Rússia, cuja posição é duvidosa: a URSS tinha em 1988 um PIB estimado em 2500 mil milhões de US$, o que é curta referência tendo em conta as convulsões no seguimento da desintegração soviética, o colapso da economia e o descontrolo da estatística estatal.

Comparando o Canadá com a Califórnia e com o Texas, e olhando para a história das relações com o seu vizinho grande do sul, fica a ideia de que o Canadá não será muito mais que uma espécie de estado americano, sem estrelinha na stars & stripes, mas com bandeira e hino próprios.


Sentindo-se seguro debaixo da asa da águia americana, este projecto de país dedica-se agora à pirataria nos mares internacionais, apresando navios, vandalizando apetrechos de pesca, pondo em risco a segurança de pessoas e bens.

Resta tirar uma conclusão penosa:


a Europa Unida é grande e rica, mas não inspira respeito a ninguém.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comente como se estivesse num albergue espanhol: entra tudo e ninguém é excluído.